Meio Ambiente

Operação do Ibama no Amapá desmantela base aérea que abastecia garimpo ilegal

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desmantelou, no Amapá, uma estrutura aérea que dava suporte logístico ao garimpo ilegal na Floresta dos Angelins Gigantes, área de grande valor ecológico na Amazônia. A operação, batizada de Xapiri Karuana, identificou e destruiu uma pista de pouso clandestina, um hangar e uma aeronave usados para transportar combustível e equipamentos a áreas de extração ilegal.

A ação ocorreu no município de Laranjal do Jari, região sul do Amapá, e faz parte de uma ofensiva coordenada que também abrange o Pará. No local, os fiscais localizaram uma oficina clandestina de aviões e 300 litros de combustível de aviação armazenados de forma irregular. O avião, adaptado para cargas, havia realizado voos recentes para o garimpo, segundo o monitoramento do órgão ambiental.

Todo o material encontrado foi inutilizado no próprio local, com o objetivo de interromper de imediato a cadeia de abastecimento que mantém as atividades criminosas dentro da floresta. As estruturas pertenciam a José Edno Alves Oliveira, que recebeu três autos de infração somando R$ 4,8 milhões e teve todos os bens embargados. Ele já é investigado por envolvimento na chacina do Jari, ocorrida em agosto, que deixou oito pessoas mortas em área de garimpo.

As penalidades foram aplicadas com base no Decreto Federal nº 6.514/2008, referentes à prática de garimpo ilegal, operação de oficina clandestina e armazenamento irregular de combustível controlado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

A Operação Xapiri Karuana tem como foco desarticular a logística do garimpo que ameaça a Floresta dos Angelins Gigantes, conhecida por abrigar as maiores árvores da Amazônia, incluindo uma com 88 metros de altura, a quarta maior do mundo. Além da estrutura aérea, já foram destruídos diversos equipamentos usados na extração ilegal.

Balanço parcial da operação:

                •             1 avião

                •             8 escavadeiras hidráulicas

                •             1 draga

                •             1 barco

                •             1 caminhonete

                •             8 motores

                •             2 geradores

                •             4 acampamentos

                •             3.300 litros de diesel

                •             300 litros de combustível de aviação

A operação continua em andamento para eliminar as rotas e estruturas que alimentam a atividade garimpeira na região, considerada essencial para a conservação da biodiversidade amazônica.

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