A crise na saúde pública do Amapá ganhou destaque nacional na noite desta quinta-feira (23), em uma reportagem exibida pelo Jornal da Record. A emissora expôs a situação crítica enfrentada pelo estado, marcada pela paralisação nos atendimentos do Hospital São Camilo, unidade responsável pelos procedimentos de alta complexidade.
Durante a reportagem, os apresentadores destacaram que uma dívida de R$ 98 milhões do Governo do Estado com o hospital levou à suspensão dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), agravando o colapso do sistema público. Segundo a matéria, R$ 56 milhões desse total foram acumulados apenas na gestão do governador Clécio Luís (Solidariedade), o que tem comprometido a manutenção dos serviços hospitalares.
O programa também apresentou relatos de pacientes afetados, como Nilva, que teve uma cirurgia cardíaca cancelada, e Edilene Batista Siqueira, de 37 anos, que morreu após não conseguir realizar uma cirurgia urgente no São Camilo. “A saúde no estado está abandonada”, afirmou um dos entrevistados, reforçando a sensação de desamparo vivida pela população.
Em entrevista à emissora, o promotor de Justiça Wueber Penafort, responsável pela liminar que determinou a retomada dos atendimentos, afirmou que o direito à saúde é uma obrigação constitucional do Estado e que o Governo do Amapá não está cumprindo seu dever de garantir esse acesso à população. Segundo ele, a omissão do poder público fere direitos fundamentais e pode gerar responsabilização em casos de agravamento ou morte de pacientes.
O Hospital São Camilo informou, por meio de nota, que não irá se manifestar sobre o caso até a audiência de conciliação marcada para o dia 27 de outubro.
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