Colapso na gestão da saúde: médicos denunciam cortes e perseguição em unidades da Fundesa
Profissionais de saúde que atuam em unidades geridas pela Fundação de Saúde do Amapá (Fundesa) denunciam um cenário de desmonte e intimidação dentro do sistema público estadual. Médicos relatam redução de plantões, cortes salariais, demissões e perseguição a quem questiona as condições de trabalho.
Segundo as denúncias, a situação é mais crítica na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Sul de Macapá. Uma vez que uma outra empresa está assumindo a gerência dessa unidade de saúde, o número de médicos por turno está sendo reduzido de quatro para três, e o cargo de profissional exclusivo da sala vermelha, área destinada a casos de emergência e risco de morte, será extinto. A mudança, afirmam os médicos, provocará sobrecarga e comprometerá o atendimento à população.
Profissionais afirmam ainda que médicos que reclamam das condições são retirados das escalas, agravando o clima de insegurança e insatisfação nas equipes.
Outro ponto que está gerando insatisfação é a redução no valor dos plantões. O pagamento, que era de R$ 800, segundo a nova proposta da Mediall, passará a ser de R$ 600 (valor bruto), sem qualquer reajuste desde o governo de Camilo Capiberibe, há mais de uma década. Além da defasagem, os médicos afirmam que os salários estão atrasados desde Setembro.
A Fundesa está repassando a administração da UPA Zona Sul para a empresa Mediall, que já é responsável pela gestão do Hospital Regional de Porto Grande. A mesma empresa também deve assumir a Unidade Estadual de Internação (UEI), em Macapá, o que reforça o processo de terceirização e precarização dos serviços de saúde no estado.



