Denúncias na educação e crise na saúde colocam Amapá em evidência nacional
O Amapá voltou a ser destaque negativo na imprensa nacional. Menos de uma semana após o Domingo Espetacular, da Record, exibir uma reportagem sobre a crise na saúde pública do estado, o Jornal da Record voltou a abordar o Amapá, desta vez, por suspeitas de corrupção na Secretaria de Estado da Educação (Seed).
A matéria exibida na noite de terça-feira (28) mostrou que a Polícia Federal investiga possíveis fraudes em uma licitação de mais de R$ 2 milhões para o fornecimento de merenda escolar a cerca de 110 mil estudantes da rede estadual. Segundo a reportagem, a Controladoria-Geral da União (CGU) já havia emitido um alerta sobre indícios de irregularidades no processo, mas mesmo assim o contrato foi mantido com a Cooperativa Mista Agropecuária Amapaense (Comagro).
As investigações apontam que a cooperativa teria falsificado documentos, informando ter 110 associados, quando na realidade apenas 25 constam na Junta Comercial do Amapá. A PF afirma ainda que o grupo responsável pelo esquema seria formado pelo presidente da cooperativa, Elielton Coelho de Almeida, e pela secretária de Educação do Estado, Sandra Maria Martins Cardoso Casimiro. Esta última diretamente ligada ao governador Clécio Luís (Solidariedade).
O nome da secretária também aparece em outra investigação da Polícia Federal, que apura suposto favorecimento em processos de licitação da pasta. O caso se conecta ao empresário José Marcos de Moura, conhecido como “rei do lixo”, preso em operação da PF em 2024. Conversas interceptadas pela investigação indicam que documentos de licitação teriam sido elaborados antes mesmo do edital ser finalizado, o que é considerado ilegal.
Em nota, a Comagro negou irregularidades e afirmou colaborar com as autoridades. A Secretaria de Educação também negou qualquer ato ilícito, alegando que as recomendações da CGU foram sanadas durante a chamada pública.
Crise na saúde
O escândalo na educação ocorre poucos dias após outra reportagem da Record denunciar a situação crítica da saúde pública amapaense. O Domingo Espetacular revelou que prestadores e fornecedores do Governo do Estado estão há meses sem receber, gerando paralisações e a interrupção de serviços. Segundo a matéria, o rombo ultrapassaria R$ 98 milhões, valor que levou o Hospital São Camilo, única unidade especializada em alta complexidade, a romper contrato com o governo.

