Policiais penais do Amapá denunciam “tabela salarial vexatória” aprovada pelo governo

Um grupo de policiais penais do Amapá encaminhou ao Portal 1 Norte uma denúncia manifestando forte insatisfação com a nova tabela salarial aprovada pelo governador Clécio Luís. Segundo os servidores, após três anos de espera, o governo entregou uma proposta considerada “vexatória” e “desrespeitosa” para a categoria.
De acordo com o relato, a tabela apresentada, construída inicialmente na gestão do então secretário Lucas Abraão, hoje deputado federal, contém distorções salariais que os policiais classificam como “aberrações”. Um dos exemplos citados é que um Policial Penal de 1ª Classe, Padrão I, receberia R$ 8.076,38, valor superior ao vencimento de um servidor da 1ª Classe, Padrão II, que seria de R$ 8.046,45. Segundo os profissionais, a lógica deveria ser inversa.
Os policiais também questionam o tempo necessário para progressão funcional. Enquanto na Polícia Civil o avanço ocorre a cada 12 meses, na Polícia Penal seriam exigidos 18 meses, o que o grupo considera uma discrepância.
Críticas ao sindicato
Na denúncia, os servidores lembram que apoiaram a eleição de Clécio Luís em 2022, abrindo “as portas de suas casas” com a expectativa de receber uma tabela digna, adicional de insalubridade e aposentadoria especial. Eles também criticam a atuação do Presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Estado do Amapá, Welton Leite, que, segundo os policiais, “não representa a classe” e estaria alinhado aos interesses da administração estadual.
Risco diário
Os policiais penais destacam ainda que, apesar de atuarem diariamente em contato direto com pessoas privadas de liberdade, enfrentando ameaças frequentes a suas vidas e famílias, não recebem o devido reconhecimento. Eles lembram que a Polícia Penal, instituída pela Emenda Constitucional nº 104/2019, passou a integrar o Artigo 144 da Constituição Federal como força de segurança pública.
O grupo também critica declarações recentes da direção do Iapen, que teria afirmado ser alvo de ameaças. “Não temos dúvida, mas nós que estamos todos os dias batendo cadeado também sofremos ameaças, e isso não é dito”, afirmam. Segundo eles, o sistema prisional é “cruel com os servidores” e a Polícia Penal é “a segunda profissão mais estressante do mundo



