Economia

Liquidação do Banco Master acende alerta sobre risco milionário para a previdência do Amapá

A decisão do Banco Central de decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master, nesta terça-feira (18), provocou forte preocupação no Amapá, especialmente em relação ao futuro da previdência estadual. Parte dos recursos da AMPREV foi aplicada em títulos da instituição financeira, e, com a liquidação, equivalente a uma falência, há risco imediato de prejuízo milionário ao fundo responsável pelas aposentadorias dos servidores públicos.

O alerta se intensificou após a prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, no aeroporto de Guarulhos. A Polícia Federal afirma que ele tentava fugir para Malta. A operação que levou à prisão, chamada Compliance Zero, investiga uma série de crimes, como gestão fraudulenta, organização criminosa e comercialização de títulos falsos no sistema financeiro.

Com a liquidação, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) passa a ressarcir investidores, mas apenas até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. Acima desse valor, não há garantia de recuperação — cenário que pode impactar diretamente os recursos aplicados pela AMPREV. Em março deste ano, o banco tinha mais de R$ 62 bilhões em depósitos cobertos pelo FGC, mas muitos investidores, incluindo fundos públicos, ultrapassam esse limite.

O BC nomeou ainda um liquidante para vender os ativos do banco e tentar pagar credores, mas especialistas avaliam que instituições que operam com ativos de baixa liquidez, como precatórios e créditos tributários, caso do Master, dificilmente conseguem ressarcir integralmente todos os investidores.

No Amapá, a situação mobilizou sindicatos e parlamentares. A presidente do SINJAP, Euthália Melo Aires, divulgou nota afirmando que a entidade já solicitou esclarecimentos formais à AMPREV e aguarda um posicionamento oficial sobre a segurança dos investimentos. Ela reforçou que as informações serão repassadas imediatamente aos filiados.

O deputado estadual R. Nelson Vieira também comentou o caso, lembrando que havia alertado em setembro sobre os riscos envolvendo o banco — alerta que foi contestado na época pelo líder do governo, Pastor Oliveira. Para o parlamentar, a liquidação e a prisão do proprietário confirmam a gravidade das suspeitas e reforçam a necessidade de maior fiscalização sobre onde os recursos da previdência são aplicados.

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