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População do AP não percebe avanço na segurança pública apesar de propaganda sobre investimentos

Uma nova pesquisa divulgada pelo Núcleo de Segurança Pública (NSP) mostra que, apesar da intensa propaganda do Governo do Amapá sobre investimentos no setor, a sensação de melhoria na segurança pública ainda não chegou à população. O levantamento, realizado com moradores de todas as regiões do estado, revela um cenário de forte insatisfação e de percepção de agravamento da violência, em contraste com o discurso oficial.

De acordo com os dados, 47,8% dos amapaenses afirmam que a segurança pública piorou durante a gestão Clécio Luís, enquanto 33,9% dizem que a situação continua grave. Apenas 15,2% acreditam que houve melhora, e 3,1% não souberam avaliar. Os números apontam que mais de 80% da população não vê avanços concretos na área, reforçando a distância entre a comunicação do governo e a realidade sentida nas ruas.

Embora o governo destaque ações estruturais, entrega de equipamentos e novos investimentos, a percepção geral da população segue marcada pelo medo e pela sensação de descontrole. O levantamento também identificou os principais problemas que mais preocupam os amapaenses: homicídios (40,1%), tráfico de drogas (25,8%), assaltos (15%), violência doméstica (12,1%) e roubos (10%).

Em meio ao clima de insegurança, um dado chama atenção: a confiança nas forças policiais permanece alta. Segundo a pesquisa, 79,6% dos entrevistados dizem ter muita confiança nas corporações, e outros 17,8% afirmam ter alguma confiança. A leitura dos dados indica que a população separa a atuação dos agentes do planejamento do governo, considerando que os profissionais fazem o possível apesar das dificuldades enfrentadas.

Quando questionados sobre o que o governo deveria priorizar para reduzir a violência, os amapaenses foram diretos: 49,9% defendem melhores salários e valorização da carreira policial, e 37,8% pedem mais policiamento nas ruas. Apenas 13,2% apontaram o combate ao crime organizado como principal ação, um indicativo de que a população deseja medidas de impacto imediato, especialmente em regiões onde a presença do Estado ainda é considerada insuficiente.

Os resultados mostram que, apesar dos anúncios oficiais, o sentimento predominante é de que as melhorias não se traduzem em segurança real para quem vive no Amapá. A discrepância entre a propaganda de investimentos e a percepção da população deve acender um alerta na gestão estadual, que enfrenta uma crescente cobrança por ações mais efetivas e resultados visíveis no enfrentamento à violência.

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